Seis dos nove governadores do Nordeste se reuniram na manhã de ontem (29)
em Fortaleza para debater assuntos comuns entre os estados. Como
prioridade, o Encontro de Governadores do Nordeste listou a retomada da
criação de empregos por meio do aumento da capacidade de investimentos e
a reforma da Previdência.
Segundo o governador do Ceará, Camilo Santana, há dificuldades tanto
na renegociação de dívidas com a União como na liberação de empréstimos
junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Santana explica que as dívidas do Nordeste e do Norte correspondem a 6%
de toda a dívida pública com a União e que, após a sanção da lei complementar que trata da renegociação, os estados ainda não foram beneficiados.
Todas as demandas relacionadas pelos governadores serão tratadas em
audiências com o presidente da República, Michel Temer, e com a
presidenta do Superior Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia.
Os governos do Maranhão e da Bahia não participaram do evento. O
governo de Sergipe foi representando pelo vice-governador Belivaldo
Chagas Silva.
Empréstimos
Santana falou da dificuldade de liberação de empréstimos federais que
foram autorizados em 2016. “No ano passado, o governo definiu um teto
de valor e repartiu entre cada estado da federação. Esses empréstimos
visam ajudar na retomada do crescimento, na recuperação da economia, na
contratação de obras, na geração de emprego – que são o grande desafio
do país.”
Os governadores também pedem a garantia dos convênios e das obras
atuais, especialmente as que são voltadas para a segurança hídrica,
diante da seca que o Nordeste enfrenta há cinco anos. Ainda sobre esse
assunto, eles querem a liberação do Bolsa-Estiagem e a renegociação ou
suspensão das dívidas dos agricultores com bancos federais.
Previdência
Outro ponto unânime do Encontro dos Governadores do Nordeste foi a
posição contrária à proposta de reforma da Previdência, que tramita no
Congresso Nacional, especialmente no que se refere à população rural e
às mulheres. Os gestores também lamentaram a falta de diálogo com os
estados na construção da proposta.
“Os governadores não foram convidados para conversar nem no início do
processo nem até agora. A gente entende que, como qualquer tema de
relevância, é muito importante o diálogo. É uma reforma necessária, mas
precisa ser feita com muita discussão e estamos à disposição do governo
federal para ver caminhos em que possamos ajudar”, disse o governador de
Pernambuco, Paulo Câmara.
Para o governador do Piauí, Wellington Dias, a criação de empregos é
proporcional à queda do déficit da Previdência. “O centro do nosso
debate são medidas para que os estados, junto com a União, municípios e
setor privado, possam fazer o país crescer, gerar emprego.”
(Agência Brasil)