A empresa italiana Enel não aguentou a pressão política sofrida nos últimos meses para reavaliar o aumento nas taxas de uso dos postes de energia pelas empresas operadoras e provedores de internet, bem como a possibilidade de abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), no âmbito da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), para investigar supostas irregularidades cometidas pela concessionária de energia no estado.
Nesta terça-feira, 22, a empresa informou para investidores em Milão que colocará à venda suas operações no Ceará. A comercialização da distribuidora de energia deve acontecer somente no próximo ano. Porém, conforme dito na manhã desta terça-feira, durante apresentação do plano de negócios aos investidores da operadora, há pressa para deixar o estado.
No início deste mês a Enel voltou a ser questionada pelo reajuste imposto aos operadores e provedores de internet, durante reunião provocada pelo presidente em exercício da Alece, à época, deputado Fernando Santana (PT), para tratar sobre o tema. O encontro teve como finalidade barrar o reajuste imposto pela concessionária e, desta forma, diminuir custos aos usuários de internet.
"Se os provedores de internet tiverem que pagar essa taxa que a Enel está querendo que eles paguem, quem vai sofrer com isso somos nós, consumidores finais. A nossa taxa vai aumentar, nossa mensalidade, nosso valor que a gente paga para ter um acesso à internet que hoje é imprescindível em nossas vidas. Ou a Enel muda, ou a Enel se muda “, asseverou Fernando Santana na ocasião da reunião.
O parlamentar preside uma comissão especial criada pelo Legislativo para analisar o contrato celebrado pelo Estado e a empresa italiana. Um relatório elaborado pelo colegiado deve ser entregue à Mesa Diretora da Casa e ao Governo do Ceará até o final deste mês. O documento, conforme apurado, deve trazer informações valiosas quanto as irregularidades que a concessionária pode ter cometido contra a população cearense nos últimos meses.
“Estamos às portas de uma CPI aqui contra a Enel, por tudo o que estamos ouvindo deles. Eu digo que para se criar uma CPI precisamos de elementos técnicos e jurídicos e estamos absorvendo esses elementos”, apontou Fernando Santana.
Para o mercado financeiro, a empresa divulgou que a saída do Ceará faz parte do plano de operações que a Enel traçou para os próximos anos. A empresa teria como foco de atividades, a partir do próximo ano, os centros urbanos do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Recentemente, a empresa também decidiu abandonar o mercado de distribuição de energia em Goiás, ao colocar à venda a concessão da Celg.
(As informações são do portal www.robertocrispim.com.br)