O governador de Pernambuco e
presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, decidiu aproveitar a eleição do
presidente do Senado para mostrar poder de fogo e dar início à primeira de uma
série de enfrentamentos com o PMDB que pretende ter daqui para a frente. Campos
orientou ontem todos seus aliados a rejeitar a candidatura de Renan Calheiros
(AL), do PMDB, favorito na disputa. De acordo com
um interlocutor de Campos, com essa atitude de enfrentamento, o PSB pretende
medir forças com o PMDB, demarcar terreno na disputa política nacional e
mostrar que almeja ter posição de destaque na base de apoio à presidente
Dilma Rousseff. Apesar da
interferência do governador nos bastidores, a bancada do PSB já havia
anunciado na quarta-feira que não votaria em Renan. Tratava-se de uma rebelião
da sigla pelo fato de terem sido escanteados na formação da Mesa Diretora. O
PSB não deve ocupar nenhum cargo de comando no Senado. Como resultado
da disputa com o PMDB pela demarcação de terreno político no País e na base do
governo, Eduardo Campos deu ainda um tranco no senador Aécio Neves (MG),
cotado para assumir a presidência do PSDB e ser o candidato tucano à sucessão
da presidente Dilma Rousseff no ano que vem.