Da coluna Política, no O POVO de sábado (31), pelo
jornalista Érico Firmo:
Ao
fim de uma das mais animadas primeiras semanas de uma página no Facebook que já
vi, o governador Cid Gomes resolveu acrescentar à lista de polêmicas
ingredientes marcadamente políticos.
A
investida teve como alvo o próprio partido que preside no Estado. Em
particular, as articulações de seu presidente nacional, o governador
Pernambucano Eduardo Campos. “Linha auxiliar do PSDB. Será este o papel do PSB
em 2014?”, indagou o cearense.
Na
quinta-feira (29), conforme O POVO mostrou nessa sexta-feira (30), Campos se
encontrou com o provável candidato do PSDB a presidente, Aécio Neves. Ambos
sinalizaram espécie de “aliança tática”. Assim como o tucano, Campos também
pretende disputar a Presidência. Cid, por sua vez, reiteradamente afirmou que
prefere apoiar Dilma Rousseff (PT).
Porém,
diante da cogitação sobre possível mudança de partido, em março deste ano ele
ressaltou sua fidelidade à sigla: “Quem achar que eu sou quinta coluna, que eu
estou querendo sabotar o meu partido, querendo sabotar o presidente do meu partido,
está redondamente enganado, vai quebrar a cara. Eu estarei com o meu partido”.
Cada
vez mais, contudo, seus movimentos vão em direção ao distanciamento. Há alguns
meses, o diretório do Ceará cobrou da executiva nacional que discutisse se terá
mesmo candidato a presidente ou não. A cúpula sob comando de Campos, todavia,
adiou o debate para 2014 – quando não haverá mais tempo para quem mudar de
partido disputar as próximas eleições.
Até
diante das evidências de que o pernambucano será candidato, Cid tem feito
movimentos em busca de outra sigla. Nessa sexta-feira, além da manifestação no
Facebook, ele afirmou ter se sentido “extremamente desconfortável” com a
perspectiva de acordo. As declarações podem ter sido mais que mera pressão.
Talvez seja a senha de que busca outro caminho.
Segundo
informou nessa sexta-feira o blog do jornalista Lauro Jardim, da revista Veja,
senadores do PSB apostam que o governador cearense se filiará, junto com seu
grupo, ao Solidariedade, partido em processo de criação, articulada pelo
deputado federal Paulinho da Força Sindical – com que Cid teria almoço na
próxima terça-feira (3), em Fortaleza. O movimento seria não só surpreendente
como provocaria terremoto de grandes proporções na política cearense.