Em meio à crise política e econômica, a novas fases da Operação
Lava-Jato, a análises de cassação de deputados e senadores e a um
processo de impeachment aberto contra a presidente da República, Dilma
Rousseff, 2016 tem mais um desafio: a primeira eleição municipal sem
financiamento privado de campanha. Carentes de recursos do governo
federal para prometer obras de infraestrutura ao eleitorado, prefeitos e
vereadores terão de contar com a credibilidade para conquistar votos
nas urnas.
Com o país em recessão, a inflação alta (cerca de 10,8%, segundo
estimativas do Banco Central), taxa de juros elevada, seguida de
aumentos da conta de luz, ondas de demissões — o número de desempregados
deve bater OS 10 milhões nos próximos meses — e a maior alta do dólar —
atingiu R$ 4 — desde a criação do Plano Real, as 5.553 prefeituras do
país terão reduzido o potencial de promessas de obras de melhorias aos
municípios. “Há 64 mil empenhos do governo que estão em atraso com os
municípios. Isso faz um total de R$ 36 bilhões empenhados. E não estou
falando de coisa prometida, como as viagens que Dilma faz com
governadores sobrevoando enchentes”, criticou o presidente da
Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski.