A eleição municipal deste ano deverá trazer vários sinais sobre como
será a disputa presidencial em 2018. A mudança das regras, somada a
fatos novos surgidos desde o último pleito, sobretudo as denúncias de
corrupção, promete transformar a forma de se fazer campanha e, por
consequência, a percepção dos eleitores a respeito dos partidos e dos
candidatos. E pode servir de “laboratório” para a próxima eleição.
Cientistas políticos ouvidos pelo Estadão destacam que se deve ficar
atento em especial a como os políticos e eleitores reagem à proibição do
financiamento empresarial, ao menor tempo de campanha, ao desempenho de
nomes que têm apoio de possíveis presidenciáveis e ao provável
enfraquecimento de partidos envolvidos na Lava Jato.
Sem receber doações de empresas, as candidaturas terão à disposição
apenas os recursos do Fundo Partidário ou doados por pessoas físicas. Os
candidatos, além disso, terão menos contato com os eleitores, já que o
tempo de campanha nas ruas e nos palanques caiu de 90 para 45 dias. No
rádio e na televisão, a redução foi de 45 para 35 dias. As restrições,
afirmam os analistas, devem prejudicar principalmente os nomes
desconhecidos, que terão mais dificuldade para se apresentarem ao
eleitorado.
