quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

NA AL, QUESTÕES MUNICIPAIS VOLTAM AO DEBATE

Deputados da Assembleia Legislativa têm intensificado ações em municípios do Interior a fim de potencializar o número de votos em seus colégios eleitorais. No Plenário 13 de Maio, a tendência, segundo disseram alguns parlamentares, é que os temas sejam cada vez mais municipalizados, como ocorreu na plenária de ontem, quando muitos dos pronunciamentos levaram em consideração questões locais de interesse dos deputados Moisés Braz (PT), Renato Roseno (PSOL) e Audic Mota (MDB), dentre outros.
No ano passado, governistas chegaram a reclamar de “invasão” de secretários do Governo do Estado e da Prefeitura de Fortaleza às suas bases eleitorais, uma vez que gestores pré-candidatos estavam realizando visitas a colégios eleitorais de parlamentares no intuito de se viabilizarem como postulantes a vagas na Assembleia. No início de abril, a tendência é que pelo menos seis gestores do Governo Camilo Santana (PT) e outros quatro da administração de Roberto Cláudio (PDT) se desincompatibilizem dos atuais cargos para participar do pleito de 2018.
O presidente do Legislativo, deputado Zezinho Albuquerque (PDT), disse acompanhar com naturalidade as incursões já realizadas por diversos pré-candidatos no Estado. De acordo com ele, no entanto, é preciso respeitar a legislação e a igualdade na disputa eleitoral.
“Os deputados estão andando direto pelo Interior. Há momentos em que três ou quatro estão no mesmo município com lideranças. Neste período de pré-campanha, as visitas ficam mais constantes, e isso é importante para que o parlamentar fique mais próximo da população”.
Osmar Baquit opinou que as discussões levadas ao Plenário 13 de Maio devem ser municipalizadas devido às disputas territoriais entre parlamentares. Temas mais abrangentes, como Segurança Pública, Saúde e Educação, segundo ele, tendem a ser mais pontuais, principalmente à medida que a situação de tais áreas seja melhorada.
De acordo com Julinho (PDT), muitos deputados tendem a se fazer mais presentes em discussões de plenário, assim como nas votações. No entanto, ele destacou que tem sido cada vez maior a movimentação de candidatos no Interior.
“Isso é natural das disputas em determinados municípios, mas temos que tentar fazer com que o pleito seja justo. É injusto que um candidato, tenha ele mandato ou seja secretário, se apresente com mais condições para disputar do que outro que não tem”, reclamou.
Segurança
O deputado Manoel Santana (PT), que tem colégio eleitoral em Juazeiro do Norte, avaliou ser natural que haja discussões locais em torno de candidaturas, ainda que o pleito não seja municipal. “Não existe curral eleitoral e ninguém é proprietário de voto. Isso não existe, porque todo mundo tem liberdade para apresentar seus projetos, e é natural que uma cidade como Juazeiro do Norte, pela força política que tem, seja cobiçada”, afirmou.
Audic Mota, por sua vez, defendeu que o que importa para o eleitor é a apresentação de ações. O emedebista não acredita que o debate seja municipalizado nos próximos meses, visto que a tendência, agora, é discutir a pauta da Segurança Pública, vista como “tema da moda”. “Essa questão virou tema nacional com a criação do Ministério da Segurança Pública, como a gente já havia reclamado da tribuna da Casa”, destacou.
(Diário do Nordeste - Foto: José Leomar)