Quatorze anos depois do flagrante que ficou
conhecido como o caso dos "Dólares na cueca", a Justiça Federal
rejeitou o pedido de arquivamento do inquérito do escândalo envolvendo um
assessor do então deputado estadual José Guimarães (PT), executivos
do Banco do Nordeste (BNB) e de empresários do setor da energia elétrica.
O juiz Danilo Fontenele, da 11ª Vara Federal de Fortaleza, não
concordou com o pedido de encerramento do caso feito pelo procurador da
República no Ceará Régis Richael Primo da Silva. As peças foram remetidas à
Procuradoria Geral da República, em Brasília, que poderá oferecer denúncia ou
referendar o pedido de arquivamento. De acordo com o artigo 28 do Código de
Processo Penal, caso mantenha o pedido, o juiz estará obrigado a atender.
Em 8/7/2005, José Adalberto Vieira da Silva, na época assessor
de José Guimarães e secretário de Organização do PT no Ceará, foi preso no
Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com US$ 100 mil na cueca e mais R$ 209
mil em uma maleta. O dinheiro vinha para Fortaleza.
Em junho deste ano, o procurador Régis Richael resolveu não oferecer
a denúncia e pediu o trancamento do inquérito. Além de outras razões, um
processo que tramitava no Tribunal Federal da 5ª Região (TRF-5), em Recife, e
tratava também dos "Dólares na cueca" serviu de base para o parecer
de Regis Richael.
Tempo
O inquérito do "Dólares na
cueca" foi aberto em 2005, em São Paulo. Em 2010 seguiu para o STF porque
envolvia o deputado federal José Guimarães (PT). Em setembro de 2018, veio para
o MPF no Ceará. Em junho deste ano, o MPF pediu o arquivamento