O mais recente episódio da escalada de ataques a advogados no
exercício de sua profissão coincidiu, na manhã de quinta-feira
(7/11), com as portas de um dos julgamentos mais importantes do ano, no
qual o Supremo Tribunal Federal vai decidir se volta a aplicar
o que diz a Constituição ou se mantém sua interpretação atual sobre o
marco temporal para execução da pena nas condenações judiciais.
Às 6h32, a assessoria de imprensa da Polícia Federal em São Paulo
divulgou a falsa informação de busca e apreensão no escritório Asfor
Rocha, do ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça. Logo depois, a
nota foi suprimida do grupo de WhatsApp em que se depositam os
releases da PF. Mais tarde, quando a notícia da falsa informação estava
nos principais portais noticiosos, a nota foi reposta, com o texto
original alterado.
O escritório informou que vai registrar notícia-crime na
Procuradoria-Geral da República. "Não é verdade que o escritório César
Asfor Rocha Advogados tenha sido alvo de busca e apreensão, como se
divulgou. Palocci dissemina mentiras com base no que diz ter ouvido
falar. Por falta de consistência e provas, essa mesma ‘delação’ foi
recusada pelo Ministério Público Federal. Pelas falsidades, agora
repetidas, o ex-ministro César Asfor Rocha registrará notícia-crime na
Procuradoria-Geral da República e moverá ação penal contra o
delinquente, além de ações cíveis por danos causados à sua imagem e à do
escritório."
Episódios com características semelhantes, todos em torno de falsas
informações, são comuns às vésperas de votações importantes, como a
desta quinta no STF. Foi assim com a investigação fraudulenta da Receita contra Gilmar Mendes e com o episódio atribuído a Marcelo Odebrecht para atingir Dias Toffoli — antes do julgamento sobre a criminalização da homofobia.
(Conjur)