Numa carta de
setembro deste ano ao professor Matthew Stephenson,
de Harvard, nos Estados Unidos, os procuradores da “lava jato” disseram que a
Polícia Federal nunca os enviou os grampos dos advogados do ex-presidente Lula.
Pode ser. Mas os grampos serviram para que eles se antecipassem à estratégia da
defesa do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal.
De acordo com mensagens trocadas entre
eles em fevereiro de 2016, a PF enviou a Deltan Dallagnol transcrições de
trechos de conversas do advogado Roberto Teixeira com o ex-ministro da Casa
Civil Jacques Wagner e com um segurança de Lula, identificado como Moraes
— Lula não tem celular e, na época, usava o telefone dele. As mensagens
foram divulgadas nesta terça-feira (5/11) pela Folha de S.Paulo. De acordo com a reportagem,
no dia 26 de fevereiro, o agente da PF Rodrigo Prado enviou transcrições de
conversas de Roberto Teixeira com Moraes e com Lula falando sobre ir a Brasília
falar com a ministra Rosa Weber, do STF.