segunda-feira, 20 de outubro de 2025

NA FARIA LIMA, CONVERSAS JÁ FALAM EM REELEIÇÃO DE LULA NO PRIMEIRO TURNO

 

maré positiva ao governo Lula, que engloba a grave crise do bolsonarismo, atingiu definitivamente os humores da Faria Lima. Se nos últimos meses o favoritismo de Lula à reeleição vinha sendo a tônica de conversas e análises entre banqueiros e investidores, as avaliações agora vão além: já tem gente falando até em chances de o presidente ganhar o quarto mandato no primeiro turno.

A leitura da Faria Lima sobre o bom momento de Lula passa pelo que se entende como acertos políticos, sobretudo diante da crise com os Estados Unidos. O presidente, afinal, encontrou no discurso da soberania um fator de reaglutinação de um governo até então apagado e pobre de ideias e marcas, claudicante nas pesquisas de avaliação e popularidade.

Para além do discurso, que tirou da direita a retórica do patriotismo e de defesa do Brasil, desdobramentos políticos da posição de Lula lhe foram amplamente favoráveis em dois palcos: a ONU e a Casa Branca. No primeiro, Donald Trump falou da “química excelente” com o presidente. Eles conversaram ao telefone semanas depois e alinharam um encontro de chanceleres. No segundo, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, recebeu e conversou civilizadamente com Mauro Vieira em Washington.

Os efeitos práticos do recuo de Trump, figura instável e inconfiável, ainda não foram vistos. As tarifas americanas seguem em vigor, embora com diversos setores de fora das sanções desde o início, e Alexandre de Moraes segue arbitrariamente enquadrado pela Lei Magnitsky. Diante do que se anunciava como um cenário absolutamente conflagrado, no entanto, Lula avançou algumas casas na pacificação das relações — agora com os olhares de Trump também voltados à vizinha Venezuela.