Qual a
leitura da informação de que Eduardo Campos participará ao Lula ser candidato
nas eleições de 2014? Estaria preparando-se para 2018? Nesse caso, repetiria
a aventura de Ciro Gomes, que por açodamento perdeu duas disputas. Ou estaria
inspirado na aventura que deu certo, de Fernando Collor?
Tanto faz, mas a verdade é que mesmo presidindo o Partido Socialista, o
governador de Pernambuco pouca ou nenhuma semelhança tem com o avô, Miguel
Arraes. Como parece fora de propósito a encenação de uma disputa presidencial
entre netos, já que o avô de Aécio Neves era Tancredo Neves, fica em aberto
desvendar a charada envolta nesse enigma incrustado de mistério.
Porque só por milagre Eduardo Campos bateria Dilma Rousseff ou seu reserva de
luxo, o próprio Lula. É claro que em pouco menos de dois anos tudo pode
mudar, ou seja, a atual presidente perder popularidade, a crise econômica
entrar em campo ou o PT implodir. São hipóteses remotas, porém.
Fica a indagação: estaria pretendendo o quê, esse novo candidato a candidato?
Sabe que perderá a cômoda situação de aliado do governo atual, com duas vagas
no ministério e poder de influência no Congresso. Não ignora, também, ser
desconhecido fora dos limites do Nordeste. Carece de um perfil político
além da evidência de bom administrador. Seria presidente em nome do que?
Transformações sociais profundas não é o caso, nem de reformista pode ser
rotulado, quanto mais de revolucionário. Aspirante a parceiro do
empresariado? O lugar já se encontra ocupado. Porta-voz das massas camponesas
ou operárias também não dá, outros chegaram na frente.
Numa palavra, com todo o respeito, trata-se de um personagem à procura de um
autor...
(Por Carlos Chagas)
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