247 - Quase sem maquiagem, e vestidas de preto, elas encaram a câmera. De Carol Castro, campeã da "Dança dos Famosos", parte um olhar indignado. De Rosamaria Murtinho, vem um ar sério, que parece mirar o abismo. Nathália Timberg lança uma lâmina afiada para quem a encara. De Suzana Vieira, o ar consternado, como de uma Pilar que acaba de ser traída pelo médico garanhão. E Bárbara Paz, com lápis preto sob os olhos, faz sua tradicional pose dark. As atrizes globais, que fazem parte do elenco de Amor à Vida, de Walcyr Carrasco, não posaram juntas para promover um filme de terror ou a versão brasileira de "A família Adams". Elas estão em luto porque o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, garantiu a alguns réus da Ação Penal 470 a primeira oportunidade de apelação no, segundo a Globo, "julgamento do século". Já houve um tempo em que atrizes, como Tônia Carrero e Norma Bengell, se uniam em defesa da liberdade e lutavam contra uma ditadura, como na imagem abaixo, da Passeata dos Cem Mil:
Hoje, as globais se unem em defesa do arbítrio e do atropelo ao direito de defesa. A sorte é que a opinião delas não tem a menor importância. A foto de 1968 entrou para a história. A de agora ficará restrita ao Instagram de Barbara Paz (leia ainda o texto de Kiko Nogueira sobre a "canastrice infringente" das atrizes globais no Diário do Centro do Mundo. Segundo Kiko, as globais acabaram pagando um mico tremendo)