Senadores se preparam para fazer mudanças significativas na proposta de
emenda à Constituição (PEC) que, originada na Câmara no final de maio,
deu início à reforma política. Já aprovado em primeiro turno, o conjunto
de 11 proposições põe fim, por exemplo, à possibilidade de reeleição e
ao mandato de oito anos de senador, fixando-se cinco anos de exercício
para todos os cargos eletivos. Ambas as alterações devem ser derrubadas
pelos senadores, o que resultaria na promulgação de uma emenda
completamente diferente da que foi vislumbrada pela maioria dos
deputados.
Pública ou reservadamente, senadores dão como certa a reformulação
total de alguns pontos da reforma. Na última terça-feira (23), um
movimento inicial por parte do Senado foi mais uma sinalização de que o
material elaborado na Câmara será substancialmente modificado. De
maneira reservada, uma reunião realizada na residência oficial do Senado
serviu para que fosse buscado ao menos um princípio de entendimento
sobre o tema, cuja votação foi considerada excessivamente acelerada por
diversos parlamentares. Além do anfitrião – o presidente da Casa, Renan
Calheiros (PMDB-AL) –, o encontro reuniu cerca de 30 senadores, o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e ministros do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), entre eles o próprio presidente da corte, Dias
Toffoli.