Por Carlos Chagas
Por Raras
vezes temos visto períodos politicamente tão tumultuados como os
atuais. Tem de tudo, desde a prisão de montes de políticos e
empresários, por corrupção, até entreveros envolvendo os presidentes da
Câmara, do Senado, o vice-presidente da República e a própria
presidente, além de partidos rachados e a população exigindo o
impeachment de Madame. No Congresso e no ministério as regras do jogo
mudam a cada instante e as queixas se multiplicam diante do desemprego
em massa, da alta dos impostos e do custo de vida, além da redução
de direitos sociais. O governo anda em frangalhos, sem dinheiro para
custear suas despesas, ao tempo em que os estados vão à falência e nossa
economia entra em queda livre.
Como
estamos no Brasil, isso foi até ontem, dia 18 de dezembro. A partir
de hoje, antecipa-se o recesso parlamentar, os tribunais superiores
entram de férias, o Executivo cruza os braços. Pernas para o ar que
ninguém é de ferro. A folga deveria durar poucos dias, mas aí vem a
surpresa: até 16 de fevereiro o país andará devagar, quase parando. À
preparação para as festas de Natal, Ano Novo e as próprias,
seguir-se-á um janeiro ocioso, só que nada de trabalhar na primeira
semana de fevereiro, tempo de esquentar os tamborins, muito menos na
segunda, de Carnaval.
Resultado:
para funcionarmos, mesmo, apenas a partir da metade do segundo mês do
novo ano. Serão 66 dias, a contar de hoje. Claro que a crise não vai se
interromper, muito pelo contrário. Apenas, como compensação, sem a
contribuição de Suas Excelências para ficar pior...