BRASIL 247 - Após ser destituído como relator do processo
que investiga o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o
deputado federal Fausto Pinato (PRB-SP) desabafou nesta quarta-feira (9)
sobre as ameaças sofridas quando elaborava parecer pela continuidade
das investigações. Ele afirmou que teve medo de ser morto e que hoje
anda com escolta policial e carro blindado.
"Cheguei a pensar que poderia morrer, sim. Eu fui abordado em
aeroporto. Meu motorista foi abordado por pessoas desconhecidas. O que
eu passei eu não desejo a ninguém. Me abordaram pedindo para eu pensar
na minha família, dizendo que tenho filho pequeno, que tenho família",
relatou Pinato. O deputado afirmou que fez um boletim de ocorrência, em
São Paulo, relatado as ameaças e pediu discrição ao secretário de
Segurança do estado.
Ele disse que hoje anda com escolta policial e que a família passou a
usar carro blindado. “Sofri ameaças, sofri pressão. Contratei
segurança. Tenho policial militar dormindo na minha casa. Um amigo
emprestou carro blindado. Tem reservado da Polícia Militar na minha
casa. Registrei boletim de ocorrência e protocolei pedido para que o
Ministério da Justiça apoiasse as investigações”, afirmou Pinato,
acrescentando que as ameaças eram feitas por desconhecidos.
O deputado disse ainda que acreditar que os aliados de Cunha farão o
possível para evitar a elaboração de um parecer que defenda a
continuidade das investigações. “O único parecer que vão aceitar é pelo
arquivamento. Entre ficar com a manada e ficar com 200 milhões de
brasileiros, resolvi manter o processo. Não sou apegado a cargo de
relator. Sou apegado à verdade e à justiça. Peço ao PT e ao PSDB que
entrem em obstrução. Porque hoje sou eu. Amanhã pode ser o presidente do
Conselho de Ética”, disse.