O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Zezinho Albuquerque
(PDT) abriu, na manhã desta quarta-feira (22/06), mais um ciclo de
debates, que, segundo o parlamentar, têm como propósito propiciar o
diálogo de gestores do Estado com o Parlamento cearense. Zezinho
Albuquerque destacou a importância da presença do secretário de Recursos
Hídricos do Ceará, Francisco Teixeira, na Casa, ao lado de dirigentes
da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) e da
Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), para falar sobre as ações
de enfrentamento ao longo período de estiagem que o Estado atravessa.
O secretário Francisco Teixeira classificou a atual década como uma das
mais secas que o Estado já viveu, lembrando que os volumes dos
reservatórios de água variam de acordo com as chuvas. Ainda de acordo
com ele, o Ceará está vivendo o momento de maior ciclo de aporte abaixo
da média dos seus reservatórios, com apenas 12,5% de reservas hídricas.
O gestor informou que está em elaboração o Plano de Contingência e
Otimização da Oferta de Água para a Região Metropolitana de Fortaleza,
buscando uma economia de 20% do volume de água consumida.
Para atravessar os cinco anos de seca, a Secretaria vem trabalhando em
ações emergenciais para atender às demandas de todos os municípios.
Entre as medidas, Teixeira destacou as adutoras de montagem rápida,
instalação de poços profundos, serviços de carros-pipa, campanhas de uso
racional da água, aplicações de multa para excessos, além de ações
estruturantes.
“Em 2015, construímos 180 km de novas adutoras e ainda terminamos 130
km do Governo passado, utilizando cerca de R$ 56 milhões. Em 2016,
estamos na luta para construir 214 km, chegando a 1.000 km de adutoras
de montagem rápida, usando mais R$ 43 milhões que nos foram prometidos
pelo Ministério da Integração Nacional”, salientou o secretário.
Segundo Francisco Teixeira, só em 2015 foram mais de 1.100 ações no
combate à escassez de águas nos municípios, e a meta para 2016 é de
2.000 ações. Só em 2016, foram construídos 762 poços e quase 100
dessalinizadores, além do desenvolvimento do Cinturão das Águas, que já
tem 55% das obras dos 38 km do seu primeiro lote concluídas, com
previsão para encerramento no primeiro semestre do ano que vem.
O presidente da Funceme, Eduardo Sávio, informou que as precipitações
de todas as regiões do Estado estão abaixo da média de chuvas, por conta
da variabilidade do clima. “Tivemos ainda um bom período chuvoso nos
primeiros meses, mas não foi o suficiente para os reservatórios do
Estado”, acrescentou.
O presidente da Cagece, Neuri Freitas, apresentou algumas ações que vêm
sendo realizadas em parceria com outras empresas afins para minimizar
os efeitos da estiagem. Ele mencionou que poços têm sido perfurados, e
muitos carros-pipa utilizados nos municípios mais necessitados. "Para a
instalação de poços, adutoras de montagem rápida e eletrificação desses
poços, temos empregado mais de R$ 20 milhões para garantir essas
atividades", disse.
“Quando liberamos oferta de água de algumas estações, pensamos nas
necessidade da população local", informou. Ele esclareceu ainda a
atenção dada à região de Tauá, considerada uma das mais secas do Estado.
Em relação à Região Metropolitana, Freitas disse que a Cagece está se
programando sobre as ações que deverão ser implementadas. "Estamos
pensando num plano para esse momento para controlar de tal forma que
todos sejam abastecidos. Esse plano será apresentado às agências
reguladoras", afirmou.
Também participaram do ciclo de debates o presidente da Companhia de
Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), João Lúcio Farias; o
superintendente de Obras Hidráulicas do Ceará (Sohidra), Yuri Castro, e o
secretário de Desenvolvimento Agrário, Dedé Teixeira.