Devolvido à oposição pelo impeachment de Dilma, o PT mandara fixar um
cartaz na parede, atrás do balcão da legenda. Nele, estava escrito:
“Não negociamos com golpistas”. De repente, após reunião em que o
diretório nacional petista discutiu seu papel na disputa pelas
presidências da Câmara e do Senado, apareceu uma folhinha tapando o
“Não”. E os petistas passaram a torturar a semântica.
Quando vê a cúpula do PT esgrimindo argumentos para justificar o
apoio a aliados de Temer para comandar a Câmara e o Senado, a plateia
sabe que está diante de uma crise de significados ou numa roda de
cínicos. Quando os petistas defendem na Câmara a adesão ao ‘demo’
Rodrigo Maia ou ao relator do impeachment Jovair Arantes —o que der mais
cargos na Mesa e nas comissões— todos se convencem de que a crise é
mesmo terminal.