O trecho leste da transposição do Rio São Francisco será inaugurado
pela segunda vez em dez dias. Os ex-presidentes Lula e Dilma vão ao
município de Monteiro (PB), no próximo domingo (19), para repetir o ato
oficial protagonizado pelo presidente Michel Temer na última sexta-feira
(10). O objetivo dos petistas é rebater o discurso do atual governo sobre
a “paternidade” da obra. O palanque terá ainda o ex-governador do Ceará
Ciro Gomes (PDT), que, assim como Lula, é pré-candidato à Presidência
em 2018.
O palanque é organizado pelo governador Ricardo Coutinho (PSB), que
na semana passada, mesmo na presença de Temer, agradeceu aos dois
ex-presidentes e a Ciro Gomes pela realização das obras. “Não poderia
deixar de me reportar ao governo que Vossa Excelência (Michel Temer) fez
parte, o governo da presidenta Dilma Rousseff. A presidenta foi
responsável pelo pagamento de 70% dessa obra. [...] É preciso relembrar
as coisas a quem deixar de lembrar do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, presidente que iniciou essa obra”, disse em seu discurso.
A inauguração foi marcada por protestos contra Temer. Também presente
ao evento, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) saiu em defesa do
peemedebista. O senador disse que Lula deu início às obras, mas que sua
conclusão dependeu da “determinação” do atual presidente. O tucano
afirmou, ainda, que aqueles que contestavam a ida de Temer à Paraíba
“são os mesmos que, cumprindo o papel de inocentes úteis, se colocam
contra a obra, contra a conquista do povo do Nordeste”.
De acordo com informações de bastidores obtidas pelo Congresso em Foco,
Cássio Cunha Lima tentou falar três vezes por telefone com Lula para
tentar amenizar o tom de seu discurso. Mas o ex-presidente não atendeu
nem retornou as ligações. A assessoria do petista não confirma a
informação. Já a do tucano ainda não respondeu à reportagem.