A maré virou nos últimos dias para o adiamento das eleições. A PEC (proposta de emenda à Constituição) que foi aprovada no Senado na última 3ª feira (23.jun.2020) para alterar as datas sofria forte resistência entre deputados. Líderes ouvidos pelo Poder360, porém, avaliam que agora há votos suficientes para aprovar a matéria.
O adiamento é discutido por causa da pandemia. Existe o temor de que os eventos ligados à ao processo eleitoral, como campanha e a votação em si, possam facilitar a disseminação do coronavírus. O projeto do Senado coloca o 1º turno em 15 de novembro e o 2º no dia 29 do mesmo mês.
A expectativa entre os líderes da Câmara é que a votação da PEC seja na 3ª feira (30.jun.2020) ou na 4ª feira (1º.jun.2020). Para isso, é necessário mais que votos suficientes. A Câmara está funcionando em regime de votação remoto. O presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem feito acordos específicos para colocar projetos em pauta. Isso deve ser construído nos próximos dias.
Os deputados sofreram forte pressão dos prefeitos que tentarão a reeleição. O adiamento, para eles, é ruim. São mais conhecido pelos eleitores. Quanto mais restrita for a campanha, mais vantagem levam sobre os adversários.
Além disso, o impacto do coronavírus sobre a economia derrubou a arrecadação de todos os entes da Federação, inclusive municípios. Prefeitos temem que, com o adiamento, o dinheiro acabe e os salários dos funcionários passem a atrasar às vésperas da eleição. Esse cenário puxaria para baixo a popularidade e reduziria as chances de sucesso na reeleição.
Foi negociada uma forma de assegurar que isso não aconteça, ou ao menos diminuir a possibilidade. Por meio da MP (medida provisória) 938 de 2020, que ainda não foi votada por nenhuma das duas Casas, haverá 1 reforço de caixa de R$ 5 bilhões para municípios. O dinheiro será injetado por meio do FPM (Fundo de Participação dos Municípios).