O antigo chefe da "lava jato", Deltan Dallagnol, anunciou no início deste mês que finalmente vai se dedicar de forma oficial a sua carreira política. Antes, porém, a construção de seu capital foi bancada pelo Ministério Público Federal: a instituição gastou no mínimo cerca de R$ 57 mil com a campanha do ex-procurador pelas "dez medidas contra a corrupção", por meio de passagens aéreas e pagamento de diárias.
Os números constam de ofício encaminhado pelo próprio MPF à presidência do Tribunal de Contas da União, que determinou nesta terça-feira (9/11) que outros cinco procuradores da extinta "lava jato" devolvam aos cofres públicos valores milionários recebidos a título de diárias e passagens. Juntos, eles receberam cerca de R$ 2,1 milhões em diárias, além de outros R$ 451 mil usados na compra de bilhetes de avião. Tudo isso, claro, sem contar seus vencimentos, que hoje chegam a quase R$ 34 mil mensais.
O documento enviado ao TCU é assinado por Eliana Péres Torelly de Carvalho, secretária-geral do MPF. Os dispêndios constantes das planilhas se referem à "lava jato" e foram separados por frentes de investigação em Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Brasília. "Ainda que o motivo da viagem fosse diverso das ações da referida força-tarefa", diz trecho do ofício.