sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

NOVO BATE-CABEÇA NO GOVERNO GERA RUÍDO E MAIS DESGASTE PARA IMAGEM DE LULA


O governo ainda nem se recuperou do desgaste que a polêmica do Pix gerou e já abriu uma nova frente de ruídos. Desta vez, com potencial de estrago ainda maior, afinal, o tema inflação dos alimentos mexe com o bolso, com a mesa dos brasileiros e com promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E, ironicamente, a confusão começou com o ministro Rui Costa (Casa Civil), justamente o personagem que foi encarregado, após a crise do Pix, de coordenar e filtrar os anúncios dos ministérios para evitar “confusão” para o governo.

Primeiro, o ministro abriu o debate público sobre o preço dos alimentos falando de “um conjunto de intervenções que sinalizem barateamento dos alimentos”. Mexeu diretamente na memória inflacionária da era José Sarney na Presidência da República, com os planos econômicos da década de 1980 que usaram instrumentos como congelamento de preços e de salários para tentar conter uma inflação que chegou a bater em 84% ao mês. “Não fosse esse histórico no Brasil com a palavra 'intervenção',isso não teria sido um problema. Ele quis dizer apenas 'medidas'”, reagiu um interlocutor do governo.

“Foi um equívoco na comunicação”, corrigiu o ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), descartando qualquer “intervenção” do governo para baixar os preços. “Não vai haver intervenção artificial, reforço isso”, esclareceu o próprio Rui Costa, ressaltando que o foco está em soluções estruturais para aliviar o peso dos alimentos no orçamento familiar dos brasileiros.