O procedimento cirúrgico de correção foi feito no Hospital Regional Norte (HRN), unidade da Secretaria da Saúde (Sesa), em Sobral
Após um grave acidente de moto, o jovem aprendiz Augusto Izidorio Martins dos Santos, 19, de Porteiras (CE), a mais de 600 km de Sobral, recebeu um difícil prognóstico. Havia sofrido uma fratura na coluna e precisava de uma cirurgia para não correr o risco de ficar tetraplégico. O paciente fez a intervenção no Hospital Regional Norte (HRN), unidade da Secretaria da Saúde (Sesa), em Sobral, e recebeu alta hospitalar nesta quarta-feira (29).
Santos teve uma fratura grave da coluna, localizada na segunda vértebra cervical, região conhecida como apófise odontóide. Esta parte da coluna é particularmente importante porque participa da junção do pescoço com a cabeça. O procedimento cirúrgico de correção se chama “osteossíntese de odontóide por via anterior” que é a colocação de “parafuso de odontóide” para correção da fratura.
“A intervenção tem o objetivo de evitar que o paciente desenvolva sequela neurológica, como incapacidade para andar, usar os membros ou ficar com dores incapacitantes na região do pescoço”, explica o médico neurocirurgião Gerardo Cristino Filho. Se a lesão for diagnosticada e tratada a tempo, o paciente pode retomar uma vida normal. O tratamento envolve, na maioria das vezes, a necessidade de procedimento cirúrgico. No HRN, a cirurgia foi conduzida com o auxílio de tecnologias, como neuronavegador, equipamentos de ponta que estão sendo usados para aumentar a precisão durante as cirurgias neurológicas.
O médico neurocirurgião Keven Ferreira da Ponte explica que, no passado, a técnica cirúrgica mais utilizada para estas fraturas incluía um bloqueio por trás da coluna no crânio, causando grande imobilidade e limitação ao paciente. “Com a técnica mais moderna de cirurgia pela frente, que é a via anterior com parafuso de odontoide, a fratura pode ser tratada com preservação dos movimentos da cabeça e do pescoço do paciente, que pode aos poucos ir retomando suas atividades normais”, explica.
“Meu filho está vivo, andando. Eu quase enlouqueci de aflição quando soube do acidente. Graças a Deus, o milagre foi completo. Só tenho a agradecer”, ressalta a mãe de Martins, Ana Lúcia Pereira dos Santos, 45. “Eu tinha o risco de ficar tetraplégico e com apenas dois dias após a cirurgia eu já voltei a andar. Não sinto nem dor no local da cirurgia.”, diz o paciente.