Além do título funcional
–chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo—, Rosemary Noronha,
a Rose, costumava exibir uma credencial oficiosa. Apresentava-se a
interlocutores como “namorada do Lula”. Algo que potencializava sua capacidade
de traficar nomeações e negócios no governo.
A
revista ‘Época’ dedicou a capa de sua última edição à super-servidora, pilhada
pela Polícia Federal na investigação que desbaratou a máfia que trocava
propinas por pareceres técnicos de órgãos públicos. Sob o título “Rose e a
sedução do poder”, a notícia (clique aí e lei matéria completa)
reúne malfeitos conhecidos e detalhes inéditos.
No seu miolo, o texto reproduz
relato de um alto executivo da Companhia das Docas do Porto de Santos, a
Codesp. Anota: “Rose evocava sua relação com Lula para fazer indicações e
interferir, segundo seus interesses, nos negócios da empresa. Nessas ocasiões,
diz o executivo, Rose se apresentava como ‘namorada do Lula’. ‘Ela jogava com
essa informação, jogava com a fama’, diz ele.”
Para ilustrar o que disse, o
executivo da Codesp contou um episódio ocorrido em 2005. Uma funcionária da
Guarda Portuária passou a propalar na empresa a informação de que ganhara o
emprego porque era amiga da “namorada do Lula”. O comentário chegou à direção
do Porto de Santos. Um diretor repreendeu a funcionária. Abriu-se uma
sindicância, que resultou na demissão da amiga da “namorada”.
Abespinhada, Rose tocou o
telefone para diretores da Codesp. Nessas ligações, endossou o que a servidora
demitida difundia pelos corredores da empresa: “Eu sou a namorada do Lula.”
(DO BLOG DE JOSIAS DE SOUZA)