Segundo reportagem d’O Globo, apesar das arrecadações milionárias dos
partidos entre empresas para as campanhas eleitorais, a maior parte dos
recursos que passa pelas mãos dos dirigentes para manter suas
estruturas, fora do período eleitoral, sai dos cofres públicos. Mais da
metade dos 32 partidos registrados no país sobreviveu em 2013, o último
ano com as prestações de contas completas disponíveis no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), quase exclusivamente do Fundo Partidário, uma
parcela do Orçamento da União que é destinada ao custeio das legendas,
que não param de se multiplicar. Das 32 siglas, 17 delas tiveram mais de
90% de suas receitas no Fundo Partidário em 2013.
Há legendas que só têm como fonte de renda o dinheiro público. É o
caso de PCO, PROS e Solidariedade, cujo caixa foi formado 100% com
verbas do Fundo, em 2013. Essas duas últimas siglas foram formadas em
setembro de 2013 e, em 2014, mudaram um pouco de perfil. Outras, como
PDT, PTB, PR, PTC, PTdoB e PCB tiveram 99% de suas receitas nos recursos
públicos. Levantamento realizado pelo GLOBO durante duas semanas na
prestação de contas dos partidos à Justiça Eleitoral mostra que cada
partido gasta esse dinheiro de um jeito. Há evidências de mordomias e
até excentricidades pagas com dinheiro público, como carros de luxo e
até um avião.