Ser ou não ser governo? A dúvida empurrou o PMDB, finalmente, para
uma definição. A agremiação decidiu abandonar sua condição de partido
para tornar-se um manicômio partidário.
Nesta segunda-feira, o ministro peemedebista Eliseu Padilha, lugar-tenente do vice-presidente Michel Temer na articulação política, falou em Brasília sobre o esforço do governo para se recompor no Congresso.
Em São Paulo, o presidente da Câmara Eduardo Cunha, também peemedebista, desancou
o governo em conversa com cerca de 500 empresários. Ficou claro que o
Planalto não terá vida fácil no Legislativo neste segundo semestre.
Convertido
em porta-voz da reunião de coordenação política com Dilma Rousseff,
Padilha admitiu que há pautas indigestas voando no Legislativo. Mas
revelou-se confiante em que a coligação governista exibirá sua maioria.
Ao
lado do ministro Nelson Barbosa (Planejamento), Padilha realçou a
necessidade de aprovar no Legislativo a nova meta de superávit fiscal do
governo, reduzida para 0,15% do PIB.
Aos empresários, Cunha
declarou que a chance de o governo cumprir a nova meta é nula. Chamou de
“pífio” o ajuste fiscal e previu que o Brasil deve ser rebaixado pelas
agências de classificação de risco, perdendo o selo de bom pagador.
Autoconvertido num esquizopartido,
o PMDB comporta-se como um Napoleão de hospício. Guerreia contra si
mesmo. Padilha e Temer articulam. Cunha e Renan Calheiros desarticulam.
Enlouquecida, a legenda promete lançar candidato próprio à Presidência
em 2018. Uma evidência de que, insatisfeito com sua condição de
manicômio, o PMDB ambiciona tornar-se uma piada.
(Blog do Josias)