Em entrevista a jornalista Mariana Godoy, na Rede TV, na noite de
sexta-feira (3), o ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes não poupou
críticas ao governo interino de Michel Temer e soltou até um "palavrão"
para manifestar sua indignação com o que está acontecendo no Brasil. "Eu
prefiro dizer um palavrão a pegar em armas".
Incisivo nas suas afirmações, Ciro falou sobre o golpe, sobre as
denúncias do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, envolvendo a
cúpula do PMDB, sobre a posição golpista do "amigo" senador Tasso
Jereissati, sobre os interesses internos e externos que estão por trás
do golpe e afirmou, entre outras coisas, que se o golpe se concretizar
no Senado Federal, pedirá o impeachment de Michel Temer.
Ciro iniciou sua fala com "primeiramente, Fora Temer". Ciro disse que
atendia cobrança de amigos e voltou a qualificar o PMDB como
uma"quadrilha" e destacou mais uma vez que Michel Temer é "testa de
ferro"do presidente afastado da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha.
Criticou ainda José Serra, ministro interino das Relações Exteriores
dizendo que o mesmo colocou sua "competência a serviço do mal".
Sem meias palavras e sem tergiversar, como é de seu estilo, criticou o
governo da presidenta Dilma Rousseff, mas defendeu a volta da
presidenta ao governo. "Eu quero que ela volte por uma razão: ela foi
eleita pelo povo brasileiro". Ciro criticou ainda a aliança PT/PMDB e se
disse aborrecido com o presidente Lula.
Sobre uma possível candidatura à presidência da República em 2018,
Ciro deixou em aberto, dizendo que iria "pensar mil vezes", mas que não
fugiria à responsabilidade.
O programa de Mariana Godoy entrevistou também o ministro interino
dos Esportes, Leonardo Picciani, que tentou justificar sua mudança de
posição de defensor do governo Dilma a ministro de Temer. "'É obrigação
nossa, do PMDB, ajudar ele [Michel Temer] nesta tarefa".
Veja a matéria da Rede TV sobre a entrevista de Ciro Gomes e Leonardo Picciani