O momento é de reverenciar a memória do
poeta Belchior, compositor e intérprete falecido domingo, aos 70 anos. Queremos
homenagear os frutos perenes da sua arte, reconhecer a vida do menino nascido
em Sobral e com raízes familiares na cidade Coreaú.
Jovem seminarista do convento dos
capuchinhos nos anos 1963 a 1966, Belchior aprendeu latim e conhecia a Bíblia.
Depois cursou medicina até o quarto ano na Universidade Federal do Ceará.
Largou tudo para seguir a carreira artística: "Vou viver ou morrer de
música", disse na época.
O rapaz latino-americano que veio do
interior para Rio de Janeiro e São Paulo conquistou um espaço na indústria
fonográfica nacional. Belchior teve o reconhecimento da mídia e suas canções
foram gravadas por grandes nomes da Música Popular Brasileira como Elis Regina,
numa interpretação magistral de “Como Nossos Pais” e “Velha Roupa Colorida”,
Ney Matogrosso, Erasmo e Roberto Carlos, Emílio Santiago e tantos outros
Num momento trágico da história do
Brasil, o país acorda para contemplar o legado deste artista, que seduz as
novas gerações.
Antônio Carlos Gomes Belchior
Fontenelle Fernandes, seu nome completo, era chamado pela grande imprensa o
bardo cearense. Para nós, ecoam nos seus discos, na sua história, Sobral,
Coreaú e todo o Ceará, com o afeto a suas canções e ao seu nome, vivo em nossos
corações.
A população cearense acolheu com emoção
o poeta no velório em Sobral e Fortaleza, onde foi sepultado. O governador do
Ceará, Camilo Santana, e o prefeito de Sobral, Ivo Gomes, deram o merecido
apoio para uma despedida à altura do valor deste grande cearense.
Como bem afirmou Ciro Gomes sobre o
legado do poeta: "O que projeta um homem para imortalidade é o seu verso.
E eu não tenho a menor dúvida de que ele conseguiu isso por meio de sua
obra".
Muito Obrigado.
Leônidas Cristino
Deputado Federal (PDT - CE)
DETALHE
Discurso proferido nesta terça-feira,
02 de maio, na Câmara Federal, em homenagem ao poeta sobralense Antônio Carlos
Belchior.