Entre os delatores, o que tem mais a receber é Emílio Odebrecht, um dos acionistas do grupo
Mônica Bergamo - Folha de S.Paulo
O Odebrecht S.A., que pediu recuperação judicial na segunda (17), reconheceu na Justiça uma dívida de pelo menos R$ 307 milhões com 50 ex-executivos que também participaram da delação da empresa.
Entre os delatores, o que tem mais a receber é Emílio Odebrecht, um dos acionistas do grupo. Ele aparece na lista como credor de R$ 80,9 milhões.
Depois dele vêm os ex-diretores Marcio Faria da Silva, com R$ 74,5 milhões, Hilberto Mascarenhas, com R$ 24,6 milhões, e Benedicto Barbosa, com R$ 14,4 milhões.
O ex-executivo que tem a maior bolada a receber é Newton de Souza, que não virou delator —R$ 285 milhões. O crédito está relacionado à venda de ações, em 2014. Naquele ano, ele migrou para o conselho de administração.
O “preço” da saída de Souza da direção da empresa foi estabelecido por um avaliador independente, o banco Credit Suisse, obedecendo a um acordo assinado entre os controladores da Odebrecht e os acionistas minoritários.
Além de indenizações e bônus de ex-executivos, o grupo assume que tem dívidas de R$ 3,9 milhões com o espólio de Norberto Odebrecht, fundador do grupo, e com outros integrantes da família.
Mônica Bahia Odebrecht, filha de Emílio, tem um crédito de R$ 1,6 milhão. O irmão dela, Marcelo, aparece como credor de R$ 16 milhões.