As pendências do governo com o Minha Casa Minha Vida (MCMV) ameaçam a continuidade do programa habitacional, que fornece casas populares a famílias de baixa renda há uma década. Desde janeiro, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), responsável pelo MCMV, tem atrasado em até 70 dias pagamentos a construtoras.
Os principais afetados são os 200 mil trabalhadores do setor, que perdem os empregos, e quase um milhão de brasileiros que esperam a entrega das 250 mil unidades pendentes. A dívida acumulada chegou a R$ 500 milhões em agosto, de acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic).
Essa é a cifra que as empresas deixaram de receber neste ano pela construção de unidades habitacionais da faixa 1, destinada a famílias com renda bruta de até R$ 1,8 mil por mês. Para esse grupo, 90% do valor do imóvel vêm do Orçamento-Geral da União (OGU).