Só
os quatro
principais partidos governistas no Ceará, PDT,
PSD, PP e PT, pela estrutura que montam e a inaptidão dos
demais, principalmente os poucos de oposição, vão eleger, provavelmente, nas
eleições municipais deste ano, aproximadamente 70% dos próximos
prefeitos, ou seja, pouco mais de 120, ficando o restante da
ala governista, dentre eles PTB, DEM, PSB, Patriota, Republicanos,
PCdoB e outros, mais uns 10%; restando para
os oposicionistas a sobra, no caso 20%.
Óbvio que não há previsão quanto aos percentuais apontados, mas a diferença,
havendo, será diminuta.
Afora os dirigentes dos
quatro principais partidos citados, além do governador Camilo Santana,
pelos seus principais operadores, não há registro efetivo de outros políticos
empenhados na estruturação de suas respectivas agremiações para
o embate eleitoral deste ano, apesar dos discursos vazios, para ser notícia nos
meios de comunicação, de realizações de eventos partidários com tais objetivos.
Em determinado momento, pode-se até pensar que oposição no Ceará existe pelo
desinteresse dos que fazem o Governo de ter determinados políticos como
aliados, ressalvando-se as posições de alguns poucos, que, por razões diversas,
inclusive a ideológica, quer distância da situação.
É uma
pena não termos uma boa oposição no Ceará, tanto em quantidade
como em qualidade, capaz de motivar o Governo a fazer ainda melhor. E pelo
quadro pintado para as eleições municipais, a base das eleições estaduais e
gerais, o próximo Legislativo terá igual ou menor representação oposicionista,
afinal, prefeitos e vereadores gostam e são estimulados a votar em
correligionário do governador do momento. A oposição ainda não se dignou a deixar
a comodidade da Capital para fazer política no Interior,
onde está a maior parte do eleitorado. A alegação de que os mimos
do Governo são fortes instrumentos de cooptação pode até
ter uma certa consistência, mas não é verdade absoluta.
Há espaço para a oposição
ganhar musculação no Interior. Falta, no entanto, a persuasão, ainda hoje o
investimento mais importante para a efetivação da aliança política. Persuadir é
o que fazem os dirigentes dos principais partidos da base do Governo do Ceará.
A licença
do senador Cid Gomes das atividades parlamentares, para
cuidar da estruturação de alianças municipais, nos momentos mais importantes
para as definições de filiações partidárias, cujos prazos terminam no início de
abril, é, também uma prova de que há espaços, no Interior, para aliados do
Governo. Se ele não vislumbrasse essa possibilidade, óbvio, não precisaria, pelo
seu status no cenário local, dedicar-se a tal empreitada.
Não ficam atrás, na caça
de aliados pelo Interior cearense, os principais líderes do
PSD, PP e PT. E o trabalho individual deles não é concorrente com o de Cid,
pois não disputam entre si, embora o objetivo comum seja o de fortalecer suas
próprias agremiações, embora as ações do petista José Guimarães sejam
mais dirigidas à sua própria conveniência política do que propriamente
partidária. As diversas correntes do PT, em especial as lideradas pelos deputados
José Airton e Luizianne Lins, têm reservas as ações de
Guimarães.
(Blog do Edson Silva)