Deputados estaduais cearenses receberam com cautela a denúncia publicada durante o fim de semana pelo jornal paulistano O Estado de S. Paulo de que o gabinete do deputado Delegado Cavalcante (PSL) teria envolvimento com uma filial cearense do chamado “gabinete do ódio” – grupo de ativistas investigados por disseminar notícias falsas contra adversários do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que, no caso do Ceará, seriam especialmente contra aliados do ex-governador Ciro Gomes (PDT). Segundo eles, é necessário aguardar a averiguação do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.
“Temos que ter alguma prudência para ter algum embasamento. Essa representação deve ter o mínimo de fundamentação, algo que ainda não temos em mãos”, declara o deputado estadual Marcos Sobreira (PDT). Segundo ele, todas as informações ainda são muito recentes e baseadas apenas no relato publicado pelo diário paulista. “No (domingo) foi muita especulação”, diz.
Fernanda Pessoa (PSDB) também preferiu a cautela. “Nesse período de pré-campanha, surgem essas acusações”, aponta. A tucana declara que prefere “aguardar os acontecimentos”.
Acrísio Sena (PT) preferiu não se manifestar em razão de ser autor de um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar esquemas de fake news no Ceará.
Fernando Hugo (PP) adotou um tom semelhante ao de Sobreira e Pessoa. “Essa denúncia precisa vir a público com o recheio total e a responsabilidade, no mínimo, da PF e MPF para timbrá-la como verdadeira”, ressaltou o parlamentar. “Caso seja verdade, óbvio e logicamente esses procedimentos só poderão ser tomados quando o MPF denunciar especificamente as pessoas”, acrescentou.
O presidente da Assembleia Legislativa, José Sarto (PDT), por meio de nota, limitou-se a comentar a acusação de que assessores teriam envolvimento com o “gabinete do ódio”. De acordo com ele, a atuação dos assessores deve limitar-se às atividades parlamentares dos gabinetes onde estão lotados.
Deturpação
Delegado Cavalcante reagiu à reportagem publicada ainda no fim de semana, chamando-a, em nota, de “deturpada” e com intenção de “mancar a imagem da direita no Estado do Ceará, que cresce mais a cada dia”. De acordo com ele, a divulgação do assunto atende “uma bandeira político-partidária esquerdista e corrupta que acabou com o Brasil”.
(O Otimista)