Em 2022, haverá renovação de
apenas um terço do Senado, com apenas uma vaga de senador em disputa por
estado, o que torna o confronto ainda mais acirrado. Faltam menos de dois meses
para os eleitores irem às urnas e a situação segue indefinida em oito estados.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
conta com mais candidatos favoritos ao Senado
Federal do que o presidente Jair
Bolsonaro (PL). De acordo com as pesquisas mais recentes
registradas no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), postulantes lulistas lideram em sete
estados e bolsonaristas, em quatro.
Na
capital federal, o bolsonarismo terá duas candidatas: a ex-ministra da
Secretaria de Governo Flávia
Arruda (PL) e a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos
Humanos Damares Alves (Republicanos). Segundo pesquisa Metrópoles/Ideia divulgada em julho, Flávia lidera a
corrida, com 23,2% das intenções de voto, enquanto Damares, que será candidata avulsa apoiada pela primeira-dama Michelle Bolsonaro,
é escolhida por 14% dos eleitores.
Em outras oito unidades da Federação, os favoritos não são claramente de nenhum dos dois lados. É o caso, por exemplo, de Roraima, onde o ex-senador Romero Jucá (MDB) lidera com folga.
Apesar de ter sido líder de
gestões petistas, Jucá se afastou da cúpula do partido em 2016, a partir do
impeachment de Dilma Rousseff. O cacique do MDB não conseguiu ser
reeleito em 2018, mas agora conta com 29% das intenções de voto, mais de 10
pontos à frente do segundo colocado, segundo pesquisa Real Time Big Data do mês
passado.
Frente às derrotas e aos
obstáculos que Bolsonaro acumulou no Senado desde o início do mandato, o chefe do Executivo federal tem investido em nomes que possam se
eleger em 2022 e reverter o quadro na Casa em um eventual
segundo mandato.
Caso reeleito, ele terá uma base mais robusta. Já
em um suposto terceiro governo Lula, será possível manter o bolsonarismo aceso
e dificultar a gestão petista.
Em 2018, Bolsonaro elegeu muitos deputados federais
e estaduais aliados, mas poucos senadores, e alguns deles acabaram deixando o
barco do presidente ao longo do mandato.
O ex-secretário da Pesca, Jorge Seif,
comumente apontado como o “filho 06” do chefe do Executivo federal, é um dos
novos nomes que tenta uma vaga de senador, por Santa Catarina. No entanto, a
disputa no estado aparenta estar consolidada com Raimundo Colombo (PSD) na
liderança isolada. Seif tem menos de 3% das intenções de voto.
Indefinições
São oito os estados em que o quadro segue
indefinido, com situação de empate técnico (ou seja, dentro da margem de erro
dos levantamentos) — Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro,
Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Rondônia.
Em cinco desses estados (Minas, Paraíba,
Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte), a indefinição é pró-Lula,
com candidatos aliados do ex-mandatário numericamente à frente.
Em Minas, por exemplo, Alexandre Silveira (PSD) — que foi convidado para
ser líder do governo Bolsonaro, mas recentemente atrelou seu nome a Lula — tem
13% das menções, empatado com Cleitinho (PSC), com 12%. Marcelo Álvaro Antônio,
ex-ministro do Turismo de Jair Bolsonaro (PL) e deputado federal, tem apenas
4%.
Nos
três demais estados (Pará, Rio Grande do Sul e Rondônia), a indefinição é favorável
a aspirantes ligados a Bolsonaro. É o caso do atual vice-presidente Hamilton
Mourão (Republicanos), que está tecnicamente empatado com a
ex-senadora Ana Amélia (PSD) nos últimos levantamentos.
No
Rio, há disputas tanto na esquerda quanto na direita. Pela esquerda, o deputado
federal Alessandro
Molon (PSB) e o presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), André Ceciliano (PT), disputam a mesma fatia do
eleitorado e expõem a divergência entre as duas siglas.
Já pela direita, Romário (PL) pode ter que dividir o palanque do presidente com outros concorrentes diretos: Marcelo Crivella (Republicanos), Clarissa Garotinho (União) e Daniel Silveira (PTB). Silveira deve ficar inelegível devido à condenação no STF. Já Clarissa ainda pode recuar e optar pela Câmara dos Deputados.