Ver Ciro Gomes ao lado de André Fernandes e Jair Bolsonaro é mais do que decepcionante, é uma afronta à própria biografia. É difícil compreender como alguém com a trajetória e o discurso que Ciro sempre defendeu tenha se permitido dividir palanque com o que há de mais tosco e oportunista no bolsonarismo.
André Fernandes simboliza o que há de mais raso, barulhento e irresponsável na política cearense: um agitador profissional, sem conteúdo, sem preparo e sem qualquer compromisso com o bem público, movido apenas por likes e polêmicas vazias. Já Bolsonaro dispensa apresentações: é o retrato do atraso, do autoritarismo disfarçado de patriotismo, da ignorância elevada a projeto de poder.
O constrangimento é geral. Atinge a família, os amigos mais próximos e todos que, desde os tempos de Sobral, caminharam ao lado de Ciro acreditando numa política feita com princípios, coragem e decência.
Difícil esquecer a frase que ele repetia com convicção: “Política não se faz com o fígado, e sim com o coração.” Pena que ele tenha esquecido.
Oman Carneiro
