O presidente
do Senado, Renan Calheiros, voltou a prometer que não passará pelo
Senado um projeto de terceirização que ameace direitos e conquistas
trabalhistas. Isso é o que não falta no substitutivo (emenda
aglutinativa) aprovado ontem.
Renan
tem ouvido fino para as ruas – onde os sindicatos devem engrossar suas
manifestações contra este retrocesso, e não diz nada sem tomar o pulso
da Casa que preside. Teremos então, em breve, uma queda de braço entre
ele e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que é o grande vitorioso
com a votação de ontem. Isso pode mudar as coisas dentro do PMDB, e
quando o PMDB se divide, fica mais fácil para o governo administrar
aquele condomínio.
Mas
como Eduardo Cunha também rebateu dizendo que a última palavra será da
Câmara, a terceirização talvez vá exigir mesmo uma coleção de vetos de
Dilma. E até agora, ela não deu o menor sinal de preocupação com a
proposta nem de sua disposição para evitar os desatinos maiores com o
poder de veto.(Tereza Cruvinel)