Pesquisadores tentam encontrar maneiras de evitar um dos problemas de
saúde mais recorrentes na população: a alergia a alimentos. Estima-se
que o problema acometa 8% das crianças e 5% dos adultos no Brasil.
Brecá-lo já na primeira infância tem sido uma das alternativas mais
estudadas por cientistas. Ao revisar 146 estudos científicos sobre a
doença alérgica em bebês, um grupo de especialistas britânicos chegou a
resultados que reforçam uma intervenção nessa linha. O trabalho mostrou
que a exposição precoce a ovo e amendoim reduz as chances de
intolerância a esses alimentos.
Divulgada na última edição do Journal of the American Medical
Association (Jama), a pesquisa foi encomendada pelo governo britânico,
preocupado com o alto número de casos de alergia no país. De acordo com
os autores, reações alérgicas a alimentos como nozes, leite, trigo e
ovos afetam cerca de uma em cada 20 pessoas da Grã-Bretanha.
“Temos observado que o número de crianças diagnosticadas com alergias
alimentares está em ascensão. Há indícios de que essas enfermidades se
tornaram muito mais comuns nos últimos 30 anos. O número de pacientes
que entram em nossas clínicas tem aumentado ano a ano”, explicou, em um
comunicado à imprensa, Vanessa Garcia-Larsen, coautora do estudo e
pesquisadora do Imperial College London.