quarta-feira, 4 de agosto de 2021

PLANALTO PEGA RECEITA PARA EVITAR PROCESSOS DE IMPEACHMENT


Ao nomear Carlos Henrique Sobral para número 2 da Secretaria de Governo, a ministra Flávia Arruda leva para dentro do Palácio do Planalto um dos poucos que acompanhou, de dentro, todos os processos de impeachment e de denúncias contra presidentes da República que tramitaram na Câmara, neste século. Carlos Henrique tem a memória das votações do impeachment de Dilma Rousseff e das duas denúncias contra Michel Temer. E, nos três casos, atuou do lado vitorioso.

Nos tempos de Dilma, era braço direito do todo-poderoso presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Depois, nos tempos de Michel, era chefe de gabinete da mesma Secretaria de Governo em que está agora. Chegou com Geddel Vieira Lima e ficou com os ministros Antônio Imbassahy e Carlos Marun. Dadas as investigações que correm no Supremo Tribunal Federal, a ordem é se preparar para o caso de Jair Bolsonaro ser submetido a algo parecido pelo STF. Temer venceu a primeira denúncia por 263 votos a 227, em 2 de agosto de 2017, e a segunda por 251 a 233, em outubro do mesmo ano. E sabem como é: com esse novo inquérito envolvendo o presidente, todo cuidado é pouco.

(Denise Rothenburg)