A sina do lavajatismo fez mais uma vítima. Em sessão sigilosa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o juiz federal Marcelo Bretas foi afastado de suas funções. O magistrado, que encarcerou políticos e empresários a rodo, era o responsável pela Operação Lava Jato no Rio de Janeiro.
Marcelo Bretas continua sendo investigado por supostas negociações de penalidades com advogados e procuradores. Ou seja, o mesmo motivo que anulou as decisões de Sérgio Moro.
São três os procedimentos no CNJ relacionados ao juíz. “Um deles é uma reclamação disciplinar ajuizada pela OAB, que questionou acordos de colaboração premiada celebrados pela PGR —é nesse processo que Bretas é acusado, junto com o Ministério Público, de ter negociado penas, orientado advogados e combinado estratégias. O magistrado nega”, relata o site O Antagonista.
Há um caso politicamente muito significativo. No caso, a decisão de Bretas que praticamente tirou a vitória do atual prefeito do Rio, Eduardo Paes, da disputa pelo Governo em 2018. Era reta final de campanha quando Bretas liberou para a imprensa uma grave acusação contra Paes que não deu em nada.
Vejam o que aconteceu a seguir: Paes murchou, um azarão chamado Wilson Witzel atropelou e venceu. Pouco mais de um ano após a posse, foi cassado. Assumiu o vice, o ex-vereador do Rio Cláudio Castro, que fez uma boa gestão e acabou reeleito no primeiro turno em 2022.
O terceiro processo contra Bretas é uma reclamação disciplinar instaurada pelo corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão. “Por unanimidade, o colegiado decidiu instaurar um processo administrativo contra o juiz. Os conselheiros do CNJ determinaram também o afastamento do magistrado até a conclusão das investigações.”