Deputados Tomaz Holanda e Moses Rodrigues lançam Nota de Repúdio em resposta as calúnias feitas por Alexandre Pereira, presidente do PPS
Ceará, aos parlamentares cearenses da sigla durante um programa de rádio no
município de Sobral, nesta quarta-feira (01).
Existe uma grande diferença entre o ponto de vista e a
vista de um ponto.
No ponto de vista do Presidente Estadual do PPS cearense,
o nosso partido teria que apoiar a reeleição do Prefeito de Fortaleza em 2016,
que faz parte do grupo político que domina o Estado nos últimos anos e do atual
Governador, que é do Partido dos Trabalhadores. O Presidente Estadual defende
ainda que não existe contradição nesse apoio, visto que o PPS já foi aliado
dessa corrente política.
Observando pela vista de um ponto não existe nenhuma
justificativa coerente e plausível que poderia levar o PPS a apoiar o atual
prefeito. Visto que existe uma orientação do diretório nacional que o PPS não
fará coligações com o Partido dos Trabalhadores em face dos desmandos que esta
sigla tem causado ao país. Além disso, foi justamente contra esse grupo formado
pelo ex-governador, pelo prefeito de Fortaleza e pelo atual governador petista
que o PPS se posicionou contra na última eleição.
Quanto ao argumento de que não podemos ser oposição,
porque já fomos um dia aliados, é não admitir o salutar dinamismo da política;
é não reconhecer que o que fomos é história e que nesse instante o que importa
é o que somos; é ser conivente com a atual forma que a corrente que está no
poder vem conduzindo o Estado, de maneira arbitrária, neoliberal e imprudente
com as contas públicas; é não admitir que se muda de opinião quem as tem,
todavia, o PPS muda, evolui, mas de acordo com a agenda da sociedade, sem
comprometer sua essência; é enfim, mudar de lado para ter o direito de mudar e
não de se ser mudado; é portanto, considerar que assim como o PPS, os
diretórios do PSB, PMDB, PSDB e PR não tenham, também, o direito e o dever de
firmar posição contrária ao grupo que está no poder.
Retornando ao ponto de vista do Presidente, poderíamos
alegar que o PPS, ao não apoiar a reeleição do prefeito de Fortaleza, perderia
as beneficias dos cargos que ocupa no governo estadual do PT e na prefeitura
municipal.
No entanto, voltando à vista de um ponto, o PPS tem é que
entregar os cargos que existem atualmente na prefeitura de Fortaleza e no
governo do PT e formalizar que somos contra a atual conjuntura política
existente no Estado do Ceará, para assim, dar inicio a uma oposição capaz de
construir um plano de governo que atenda aos anseios da população cearense,
onde o PPS seja um dos protagonistas dessa história e não um mero coadjuvante capaz
de destruir compromissos com a sociedade em troca de cargos públicos. Pois,
como colocou o presidente de honra do PPS, “O PPS não se vende, o PPS não se
rende, e quem um dia acreditou que éramos apenas ‘mais um partido’ não nos
conhece; logo, não nos representa”.
Portanto, insistir nesse apoiamento é o mesmo que afirmar
que agiremos de forma imprudente as nossas convicções e às orientações do nosso
diretório nacional. É criarmos um movimento que não tem sustentação histórica,
política, estatutária e o mais grave, ética. Enfim, é não reconhecer que além
do ponto de vista existe a vista de um ponto".