Em entrevista a meios de comunicação do Rio Grande do Sul, nessa
quarta-feira (30), durante o Seminário Dívida Pública, Desenvolvimento e
Soberania Nacional, promovido pelo Sindicato dos Engenheiros (Senge),
na PUCRS, o ex-ministro Ciro Gomes disse que o PMDB,
apoiado pelo PSDB, está tomando o poder de assalto para “matar a Lava
Jato, que agora, sob o ponto de vista dos politiqueiros de Brasília,
parece ter saído do controle”.
“O doutor [Rodrigo] Janot, procurador-geral da República, está de
posse de mil contas na Suíça, com US$ 800 milhões já identificados e
bloqueados, com a fina flor dos políticos e dos empresários com eles
conexos. Por isso que eles precisam aceleradamente [do impeachment]. Faz
cinco meses que o processo de cassação do Eduardo Cunha não anda um
passo sequer na Câmara”, comentou Ciro.
Para o ex-ministro e ex-governador do Ceará, o “processo de
impeachment da presidente Dilma Rousseff está sendo movido por uma
‘coalizão de ladrões’ que deseja implementar uma ‘agenda entreguista’,
submetida a interesses internacionais”. “Anote o que eu estou lhe
dizendo: petróleo e gás”, completou.
“O Brasil hoje tá pinçado por três crises (internacional, política e
desequilíbrio nas contas externas), e uma alimenta a outra, e ‘trocar
Chico por Manel’ não resolve nada. Pelo contrário, quando você excita
expectativas simplórias, grosseiras, como está acontecendo hoje, em que
todo o problema brasileiro seria essa novela moral, que nós vamos trocar
uma pessoa que não tá acusada de nada por uma linha de sucessão que é
Michel Temer, Eduardo Cunha, Renan Calheiros – os três estão citados na
Lava Jato e ela é a única que não foi citada nem é investigada em coisa
nenhuma -, o que acontece no dia seguinte? Eles vão trabalhar para
desarmar a Lava Jato, mas as três crises vão estar do mesmo tamanho”,
apontou Ciro Gomes.
(Com agências)