“A política é a arte de captar, em proveito próprio, a paixão dos
outros.” Ao descrever de forma bastante crítica a atuação dos políticos,
o escritor francês Henry de Montherlant destacou um aspecto muito
valorizado nas personalidades públicas: a capacidade de emocionar as
pessoas. Palavras ditas com fervor, gestos largos e voz embargada são
recursos muito comuns nos discursos de candidatos, que buscam, dessa
forma, sensibilizar e convencer os eleitores.
Essa, no entanto, é mesmo a melhor estratégia para um político? Um
estudo realizado por especialistas dos Estados Unidos sugere que nem
sempre. Segundo os especialistas, a tática funciona muito bem em
momentos de crise, especialmente econômica, quando a população se mostra
fragilizada e amedrontada. Em épocas em que a situação está mais
estável, porém, esse tipo de discurso não surge tanto efeito, com os
eleitores preferindo candidatos que se mostrem mais equilibrados e
sóbrios.
