O advogado criminalista Antônio
Carlos de Almeida Castro, o Kakay, um crítico dos métodos do Ministério Público
Federal (MPF) nas investigações da Operação Lava Jato, e também dos acordos de
delação premiada afirmou na noite desta segunda-feira (4) que o escândalo de
suspeita de corrupção no acordo de Joesley Batista & cia, celebrado com a
Procuradoria Geral da República (PGR), começa-se a cumprir o que ele tem
há três anos Brasil afora: “Todo delator mente, omite, protege, atende a
pressões...”
Na opinião de Kakay “esta delação vai cair e outras virão atrás”,
citando delatores como os ex-senadores Sergio Machado e Delcídio Amaral.
“Fizeram da delação um ‘negocio’ e perderam o controle” – diz. “Explodiram o
instituto, como venho dizendo ha tempos. Tem processos onde todos os
denunciados são delatores. Não podia dar certo."
“E agora o Janot vem afirmar que ‘os benefícios caem, mas a palavra do
delator continua valendo como prova, ou indício’. Como assim, senhor
procurador, a palavra de quem comprovadamente mentiu, tem o mesmo valor da
palavra daquele a quem se dava a presunção de veracidade?”, indagou.
Para ele, MPF “explodiu” o instituto da delação “e agora querem
fazer dos cacos um mosaico que tenha ares de verdade. Para salvar os processos
e inquéritos fadados ao insucesso. Lamentável.”
(Diário do Poder)