“O CIRO NUNCA FOI MACHISTA”
O tema leva a um pergunta inevitável:
como bateu para ela a declaração de 2002 de Ciro Gomes, então seu marido e
candidato a presidente da República pela Frente Trabalhista, de que seu papel
na campanha era dormir com ele?
— Convivi 17 anos com ele e ele nunca
foi machista. Naquela campanha, ele era uma alternativa ao PT e ao PSDB, e
estava super exposto, apanhando dos dois lados. Todas as entrevistas dele em
que eu estava presente aparecia essa pergunta e sempre de forma provocativa. E,
neste dia, já era a terceira ou quarta. Ele já tinha respondido que eu era sua
companheira, que conversávamos sobre tudo, porque era isso mesmo,
compartilhávamos um projeto de Brasil. Mas aí perdeu a paciência e deu aquela
resposta infeliz — diz ela.
Patrícia viu no episódio um sinal
desses tempos de hipocrisia.
— Para uma pessoa que não se tornou
cínica, é muito difícil aguentar certas coisas. Só que as pessoas muitas vezes
preferem os cínicos, os “educados”, que dizem coisas incríveis, mas que fazem o
oposto. Isso é terrível. Ele me pediu desculpas, e eu compreendi imediatamente,
pelo cansaço e pelo esgotamento que vivi junto com ele.
E, hoje, votaria em Ciro Gomes para
presidente?
— Voto nele, claro. O
panorama ainda está indefinido (Ciro é pré-candidato pelo PDT), mas não há a
menor chance de o meu voto não ser dele.
(Parte da entrevista / O Globo)