Do DIARIO DE PERNAMBUCO – Rosália Rangel
O governador Paulo Câmara (PSB) apontou ontem (26) o pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, como um perfil adequado dentro do que o PSB defende para apoiar na eleição deste ano. “Ele se enquadra com o que achamos adequado para o Brasil. Tem um perfil de centro-esquerda e um projeto importante, estrutural que pode ser bom para o Brasil”, definiu o governador, depois de conversar, por quase duas horas com Ciro no Palácio do Campo das Princesas.
Na avaliação de Paulo Câmara, que é vice-presidente nacional do PSB, a forma como o Brasil está sendo governado “não está fazendo bem” ao país. “Temos que olhar as alternativas que possam melhorar o país e Ciro é um dessas alternativas”, ressaltou o governador.
Questionado se o presidenciável do PDT, pelas razões que apontou em favor de Ciro, teria mas chances de aliança que o PT, que também articula com o PSB, o governador afirmou que está conversando com os dois partidos - sem deixar de dar uma provocada nos petistas. “O pernambucano tem muito respeito por Lula, mas temos que olhar o futuro, as opções e trabalhar pelo que possa ser melhor para o Brasil. Tenho certeza que o PSB, mais uma vez, vai decidir de maneira adequada”.
Sobre os prazos para definir como o PSB irá caminhar na campanha presidencial, Paulo Câmara lembrou que o prazo para compor alianças vai até julho. “Se der para decidir antes, ótimo. Mas se não der, vamos esperar com muita capacidade de diálogo dentro das opções que temos. Estamos conversando com pessoas que têm um plano estratégico para o Brasil. Por isso estamos conversando com Ciro”, ressaltou.
Ciro Gomes, por sua vez, tratou com cautela uma eventual parceria com o PSB, afirmando que o acordo ainda não está fechado. Ele deixou claro, no entanto, que as cartas foram postas na mesa. “Temos um tempo para amadurecer. Há destinos graves sendo discutidos. O destino de Pernambuco, que é um dos estados mais importantes do Brasil, e o destino dessa pátria sofrida, que é o nosso país. E nós temos que costurar isso olhando também outras questões, a exemplo de São Paulo, Distrito Federal e no Sul onde o PSB e o PDT têm potencial de entendimento. Mas ainda há costuras para serem feitas”, ponderou.
Sobre a possibilidade de as conversas entre PSB e PT inviabilizarem uma aliança com o PDT, Ciro descartoo. “Somos do mesmo campo e temos uma longíssima tradição de operar juntos. No meu estado (Ceará) apoiamos o PT, portanto nada mais legítimo (conversar). O que quero mesmo é a garantia que esse projeto que começou com Eduardo Campos e que é melhorado pelo nosso governador (Paulo Câmara) tenha continuidade”. Ele disse, ainda, que vai esperar o tempo do PSB. “Apenas renovo sistematicamente o meu apelo (de apoio) porque acredito que criaremos um campo democrático de esquerda no Brasil sem qualquer tipo de vício sem qualquer tipo de contradição ou constrangimento”.