A pandemia provocada pelo coronavírus que fechou os bares e restaurantes da cidade já fez a primeira vítima. Antes mesmo de ser levantado o cerco para que o setor volte a funcionar, uma coisa é certa: Piantella, o mais antigo templo gastronômico da capital, permanecerá fechado a menos que alguém se habilite a adquiri-lo informado por uma faixa de pano, onde se lê “Passo ponto” e o número do telefone. A faixa bem abaixo do letreiro cobre uma pequena parte da fachada feita de placas, que foi inaugurada pelo próprio autor Athos Bulcão, em uma de suas últimas aparições públicas e muito antes da venda do Piantella para os atuais donos, empresários do Rio de Janeiro.
Foi há quatro anos que o empresário carioca Omar Peres, conhecido como Catito, comprou do advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, mais conhecido por Kakay, o restaurante instalado na 202 Sul, depois de ter pertencido a Marco Aurélio Costa, seu fundador. Na ocasião, Catito proclamou “não compro restaurantes, compro ícones”. O empresário, nascido em Minas, mas carioca de coração, se referia a outros ícones que havia adquirido no Rio, como La Fiorentina, no Leme; Bar da Lagoa, na lagoa Rodrigo de Freitas e, por último, Hippopotamus, em Ipanema, em parceira (logo desfeita) com Ricardo Amaral.
(Liana Sabo - Correio Braziliense)