Em conversas reservadas, aliados do presidente Jair Bolsonaro
revelam que a maior preocupação dele, hoje, é o preço dos combustíveis, que
acaba afetando toda a cadeia econômica. Embora o governo mantenha a versão de
que tudo é culpa dos governadores que não baixam o ICMS desses produtos, a área
política que percorre os estados percebe que a população de um modo geral
atribui parte dessa responsabilidade ao Poder Executivo. O presidente,
inclusive, tem feito reuniões em busca de saídas para baixar o preço dos
combustíveis. Porém, qualquer perda de arrecadação nesse momento, teria que ser
compensada em outros impostos.
A
percepção de Bolsonaro é a de que, se os preços não derem uma aliviada e não
houver um atendimento àqueles que o elegeram e agora têm dificuldades
econômicas, a difícil reeleição ficará quase impossível. Esse é, aliás, um dos
pontos que leva o governo a pensar em prorrogar o auxílio emergencial. É que,
enquanto não tiver um financiamento efetivo para o novo Auxílio Brasil, ficará
difícil tirar o emergencial.
(Denise Rothenburg)