A coisa começou no fim de 2023. Foi naquela época que o novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, eleito ontem, passou a dar de presente para seus futuros eleitores o mimo de luxo. Sim, porque o Mounjaro é vendido apenas em alguns países — é comercializado, por exemplo, nos Estados Unidos e em alguns países europeus. E é caro, bem caro, até em dólar (US$ 1.000 na Amazon) ou em euro ($500 nas farmácias de Madri). Mas Davi, sempre sensível aos interesses de seus eleitores, arrumou um carregamento de Mounjaro e passou a bandeja. Muita gente pegou.
No sábado, 1, Flávio Bolsonaro disse no estúdio que o PlatôBR montou no Congresso, para cobrir as eleições de Alcolumbre e Hugo Motta, que ganhou de Davi Alcolumbre algumas canetas de Mounjaro. Disse também que o novo presidente do Congresso não foi seu único fornecedor. O senador Ciro Nogueira, usuário do produto, contou que comprou o medicamento em viagens ao exterior — disse ter perdido 20 quilos — e que deu a outros colegas, o próprio Flávio entre eles.
Flávio não foi o único senador a ganhar a caneta emagrecedora de R$ 6 mil. Entre direita e esquerda, o Mounjaro é uma unanimidade maior que Davi Alcolumbre. Boa parte dos senadores desfilou pelos corredores e enfrentou as câmeras ontem com o shape renovado.
Os senadores festejarão o preço que o remédio terá por aqui, bem menor que a bolada que Alcolumbre, Ciro Nogueira e outros gastaram para agradar os colegas: a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos já estabeleceu um teto de preço para o medicamento: entre R$ 1.457.47 e R$ 2.914.95, dependendo da concentração, sem contar ICMS.
Guilherme Amado, Bruna Lima e Tatiana Farah