segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

UM ZEZINHO DIFERENTE GANHA VISIBILIDADE ANTES DA ESCOLHA DO PROS

Na foto: Zezinho recebendo título de cidadania sobralense das mãos do governador Cid Gomes e do vereador Paulão, no ano passado)
Quem convive há muito tempo com o deputado estadual José Albuquerque - ou somente Zezinho, para os mais próximos -, sabe de longe as principais características pessoais do presidente da Assembleia Legislativa: fala mansa, semblante tranquilo e jeito ao dizer o que pensa. Foi com essas habilidades e as fortes relações com os Ferreira Gomes que o “homem dos bastidores” transformou-se em uma das opções na corrida pré-eleitoral ao Palácio da Abolição. O que chama a atenção - justamente pelo até então perfil discreto do parlamentar - é a intensidade com que ele vem se movimentando nos últimos meses. A hoje desenvoltura do político massapeense fora das paredes da Casa em pouco lembra o negociador político dos corredores ou o recatado membro da Mesa Diretora e comissões técnicas. Na versão “Zezinho 2014”, o parlamentar parece ter trocado o estilo cauteloso, que o marcou nos cinco mandatos já cumpridos, pela evidência e o protagonismo. A campanha pela instalação de uma refinaria da Petrobras no Ceará ilustra a nova fase. Poucos meses depois de assumir o mandato de presidente, José Albuquerque começou a liderar a mobilização em prol do empreendimento. Foram percorridos 12 dos maiores municípios do Estado, com irradiação em dezenas de cidades menores ao redor. A iniciativa deu tão certo, segundo o próprio, que foi lançada a campanha “Ceará sem Drogas”, que também deverá percorrer todo o Estado neste primeiro semestre. Mas nem só de eventos com extensas programações vive o pré-candidato. Nos últimos meses, Zezinho foi um dos políticos mais presentes em atos oficiais do Executivo - a maioria ao lado do governador Cid Gomes. Foi assim na área da saúde, inaugurando Unidades de Pronto Atendimento (UPAs 24h) nos municípios de Crateús e Eusébio, e do Programa Saúde da Família, em Uruburetama. Na educação, foi às cidades de Pacujá e Graça, entregar escolas profissionalizantes. Nos transportes e mobilidade urbana, comemorou a estrada que liga Viçosa do Ceará a Granja e, na Capital, esteve na inauguração da nova sede do Detran. Em Nova Olinda, a festa foi para moradias populares. Além da presença em atos oficiais, o presidente esteve em pelo menos três aniversários de emancipação política de municípios: Itatira, Cascavel e Fortim; na cidade de Cruz, participou da Festa da Padroeira. Entre um compromisso e outro, recebeu título de cidadão em Sobral e Aracati. Zezinho entregou obras de abastecimento d’água em Pacujá, Graça e Mucambo. É sobre a seca que o Ceará atravessa, inclusive, que ele solta o verbo. Tem na ponta da língua projetos de adutoras e reservatórios - construídos ou em andamento -, e de planos emergenciais que o Governo realiza. Há algumas semanas, ao lado de Cid, esteve num canteiro de obras em Itapipoca. O presidente não esconde a vitrine do cargo que ocupa. Mas lembra que sua carreira política começou lá atrás, acompanhando o mesmo grupo e ajudando a estruturar em todo o Estado os partidos por onde passou, como o antes PSB e o agora Pros, sempre nas comissões provisórias e secretarias. No Pros, Zezinho é uma opção entre seis, todos com mais ou menos chances, dependendo dos critérios considerados. As demais são o vice-governador Domingos Filho; o ex-titular da Fazenda estadual, deputado Mauro Filho; o prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio; a secretária estadual da Educação Izolda Cela e o ministro dos Portos Leônidas Cristino. “Ando nesse Ceará há vinte anos”, justifica o presidente ao O POVO, ao dar detalhes das ações governamentais, para em seguida se esquivar se isso significa mais conhecimento dos problemas do Estado do que os demais pré-candidatos ao Governo pelo Pros. Ele prefere falar sobre as negociações que já coordenou como dirigente do Legislativo. Entre as mais importantes, cita o diálogo com os líderes das manifestações de junho e com grevistas, tanto os do Detran quanto das três universidades estaduais. “Há o ônus e o bônus”, pondera, ao que também desconversa se a atual fase seja incentivada ou censurada pelos Ferreira Gomes. Nesse ponto, Zezinho continua o mesmo.
(Opovo Online)