Em depoimento ao juiz Sérgio Moro na sexta-feira, o ex-ministro da
Casa Civil José Dirceu afirmou que os serviços que prestou como
consultor às empreiteiras envolvidas no petrolão eram “empréstimos” de
seu nome e prestígio a empresas que buscavam mercado no exterior. Embora
o Ministério Público acuse o ex-ministro de arrecadar propina de
contratos da Petrobras por meio de contratos simulados de consultoria
com as empresas, Dirceu disse ao juiz federal que não fazia trabalho de
consultor, “cavando contratos e licitações”, mas dava orientações e
fazia contatos políticos em países como Peru, Colômbia, Equador, México e
Cuba.
Segundo apurou a Veja, ainda que a JD Consultoria e Assessoria tenha
recebido cerca de 40 milhões de reais, José Dirceu disse nunca ter
pretendido ganhar milhões com a atividade. E afirmou ao magistrado que
85% do montante foram gastos com despesas do negócio. No Peru, por
exemplo, Dirceu confirmou que pagou 365.000 reais em parcelas à sua
“correspondente” Zilda Sisson, mulher do ex-ministro da Agricultura do
país Rodolfo Beltrán Bravo, por suporte à empreiteira Engevix.