Ceará 247 - Presidenciável do PDT, o ex-ministro
Ciro Gomes, embora crítico do governo da presidente Dilma Rousseff,
também prevê um cenário de caos no pós-golpe e afirma que o País não
pode depositar suas esperanças no vice-presidente Michel Temer, que
capitaneia o golpe junto com o senador Aécio Neves (PSDB) e seu
correligionário Eduardo Cunha (PMDB-presidente da Câmara).
Ciro acredita, que passada a tempestade, Dilma conseguirá rearrumar a casa se conseguir superar os opositores no Congresso.
"Basicamente, a presidente Dilma Rousseff precisa sinalizar para esse
grupo que se sentiu enganado nas últimas eleições, entre eles eu, e
buscar uma reconciliação com os grupos sociais e políticos que lhe deram
a vitória. Precisa mudar radicalmente os rumos da economia, assumir um
compromisso com a produção brasileira, com os trabalhadores do País, e
confrontar o que precisa ser confrontado", diz Ciro Gomes em entrevista à
Carta Capital.
Na avaliação do ex-ministro, não haverá governo estável no Brasil
pelos próximos 20 anos, caso o impeachment seja aprovado pelo Congresso.
"Se esse golpe for consumado, não vejo mais a possibilidade de um
governo estável pelos próximos 20 anos. Repare bem, a generalização da
raiva e do ódio se dá por três grandes grupos. O primeiro é composto
pelos eleitores frustrados do Aécio Neves, que nunca aceitaram a derrota
nas urnas ou a atribuem a uma fraude, a uma mentira da campanha
petista, não sem alguma dose de razão".
O ex-ministro cearense também critica a ex-senadora e presidenciável
Marina Silva (Rede), quem vê como oportunista, por apoiar a ideia de
antecipar as eleições presidenciais para este ano. "Isso é uma pura e
simples marinice, um contragolpe com jeitão charmoso de chamar o povo
para votar de novo".
